Como e quando é indicado o Exame de Processamento Auditivo Central (PAC)

Por Silmara Fator Canassa, fonoaudióloga

O que é o exame?

     O exame de  Processamento Auditivo Central (PAC) avalia uma série de operações mentais que o indivíduo realiza ao lidar com informações recebidas pelo nosso sistema auditivo, ou seja, avalia como o cérebro processa, analisa e interpreta às informações que o indivíduo escutou, nada mais do que como nosso cérebro entende  o que escutamos.

    Dessa forma, existem várias habilidades auditivas envolvidas  (integrar e separar os sons na escuta dicótica, memorizar, ordenar e reconhecer padrões de frequência e de duração , realizar figura auditiva diante de um fundo ruidoso, interpretar uma fala distorcida, localizar a direção sonora).

     Alterações de processamento auditivo central não estão relacionadas com perdas auditivas e ela ocorre em pessoas com audição normal .

Como é realizado?

     O exame deve ser realizado por um fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista é indolor ,  dentro de uma cabina acústica com fones de ouvido ,usamos  audiômetro e notebook e o indivíduo ouvirá alguns áudios e testes especiais, selecionados de acordo com a faixa etária na presença ou não de alterações auditivas. Esses testes têm por finalidade avaliar as habilidades auditivas para que possamos compreender melhor se algum desses processos está alterado.

   O exame é indicado para adultos e crianças. Pessoas com perda auditiva ou com audição normal podem sofrer com alterações no processamento auditivo central. O exame de avaliação do Processamento Auditivo é realizado com base no limiar auditivo do paciente, e quadros como infecções de ouvido podem afetar a sua realização, por isso, é fundamental realizar uma avaliação audiológica completa, no dia do exame, ou no máximo com 30 dias antes da realização do exame de PAC, incluindo a audiometria e imitanciometria. 

 Indicação

    É um exame indicado quando a pessoa apresenta queixas e/ou sinais que podem estar relacionas ao processamento das informações, por exemplo, indivíduos desatentos, distraídos, com dificuldades escolares, alterações de fala, memória, dificuldades no processo de aquisição da leitura e escrita, em compreender piadas e ironias, ou organizar o discurso, pessoas que não entendem a fala em ambientes ruidosos (ruas, escolas, reuniões, etc.) são lugares em que apresentam mais dificuldade em ouvir e prestar atenção ao que foi falado, conversas longas, ou com várias pessoas falando ao mesmo tempo, são mais difíceis para serem acompanhadas, solicita muita repetição do que foi dito. A gravidade da alteração é muito variável. Algumas pessoas podem apresentar mais dificuldades do que outras. Além disso, os efeitos podem ser agravados por outras condições, como dislexia, déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista (TEA). 

Tratamento

   O tratamento para transtorno do processamento auditivo central deve ser acompanhado pelo médico otorrinolaringologista, neuropediatra e fonoaudiólogo. Munido das informações obtidas no exame e na avaliação audiológica, o especialista é capaz de indicar as melhores condutas para cada caso. 

     Em geral, as medidas envolvem sessões protocoladas de terapia fonoaudiológica para treinamento auditivo em ambiente acusticamente controlado , seguido de intervenções na escola, em casa e com todos que convivem com o paciente. Durante as sessões, o profissional aplica uma série de tarefas com o intuito de treinar seu cérebro para analisar melhor o som. É importante que os pais e educadores se envolvam ativamente no processo, para potencializar os resultados do treinamento auditivo. 

     Sendo assim o TPAC é tratável por meio da reabilitação das habilidades auditivas com fonoaudiólogo . Seguindo essas e outras intervenções, o transtorno do processamento auditivo central se torna um problema menor ao longo do tempo, permitindo que os pacientes superem as dificuldades auditivas com sucesso.